A Bola da Vez:
Plínio Marcos

“Eu quero é contar a história da minha gente .

 Essa gente que só pega a pior , só come da banda podre , que mora na beira
dos córregos e quase se afoga toda vez que chove. Quero falar dessa gente que
só berra da geral sem nunca influir no resultado.” 

– Plínio Marcos 

P

     línio Marcos sempre foi uma pessoa presente nas vidas de alguns artistas da Cia. Letras em Cena, principalmente de Graça Berman, de quem foi amigo por mais de 20 anos. Seu humor, suas paixões e a veemência com que defendia suas ideias pautaram a continuidade de uma convivência, que teve seus encontros e desencontros, mas que nunca perdeu a profundidade do carinho e da admiração
que tínhamos por ele.  

Plínio escreveu peças marcantes da dramaturgia brasileira

e também era apaixonado por futebol. Enquanto a saúde deixou , jogou muita bola e traduziu
essa paixão em dezenas de contos e crônicas, que se encontram espalhados em alguns livros
e nos arquivos de vários jornais e revistas. Seu futebol não é apenas o dos grandes craques
e dos grandes estádios.

Seu olhar prioriza as histórias da sua gente, que joga uma bola miúda,
nos campinhos das quebradas. São brasileiros despossuídos, pobres sonhadores,
ternos e briguentos, ferozes e patéticos, desgraçados e engraçados.

Seus textos recuperam pessoas reais de Santos, como o técnico PAPA e o marginal NEGO ORLANDO,
e dão vida a personagens marcantes, como AZULÃO , OLAVO , OLEGÁRIO, MANCO e tantos outros.
Plínio dizia que estes personagens eram frágeis diante dos duros combates do dia a dia , mas não
se rendiam nunca e que ele pensava em colocá-los num palco de teatro. Plínio não chegou
a fazer esta peça, mas nós buscamos seguir este caminho.

Em 2008, Graça ganhou uma Bolsa de Dramaturgia da Secretaria de Estado da Cultura, para escrever o texto. Realizou um levantamento de poemas, crônicas e contos de Plínio sobre futebol, junto ao Departamento de Documentação da Editora Abril e aos arquivos pessoais de sua esposa Vera Artaxo e de seu filho Kiko Barros. O texto acabou se tornando uma comédia dramática, que coloca em cena trechos da vida de Plínio e da sua paixão pela bola, através de temas como peneiras, ditadura, censura, rivalidades e futebol de várzea.

Em 2011, a peça ganhou o edital
do PROAC- Produção de Espetáculos Inéditos, da Secretaria de Estado da Cultura

e Graça fez sua estreia na direção teatral, tentando
se aproximar o máximo possível do olhar, dos gostos pessoais e da sensibilidade de Plínio Marcos. Foi um processo difícil, cheio de altos e baixos, mas vivo e apaixonado, como o mestre que nos guiava.

Ficha técnica

Textos Originais: Plínio Marcos

Dramaturgia e Direção: Graça Berman

Assistente de Direção: Guilherme Motta

Cenários e figurinos: Kleber Montanheiro

Iluminação: Davi de Brito e Vânia Jaconis

Sonoplastia: Raul Teixeira

Preparação Corporal: Augusto Pompeo

Percussão Corporal: Ronaldo dos Santos

Foto do material de divulgação: Ary Brandi

Fotografias: Sérgio Massa

Designer Gráfico: Edu Reyes

Produção Executiva e Administração: Claudete Pontes

Difusão  e Marketing Digital: Maria Alice Machado Gouveia e Joaquim Machado

Técnicos: Eduardo Sares, Pâmola Cidrack e Mário Toledo

Elenco: Ana Arcuri, Fabrício Garelli, Gira de Oliveira, Jota Barros, Ricardo Pettine e Tania Luares.

Apoio de Ensaios e Temporada: Emillie Vieira e Marina Tozzi

Coordenação da Cia. Letras em Cena: Graça Berman

Temporada: de 16/08 a 2/11/2012- Teatro Maria Della Costa, 5ª e 6ª, 21h. A peça se apresentou em Atibaia, Limeira, Dois Córregos, São Sebastião e São José dos Campos.

In Memoriam: Plínio Marcos e Vera Artaxo

Veja algumas cenas da peça

Plínio Marcos bate um bolão – Maurício Noriega

Embora seja uma arte tipicamente brasileira, o futebol quase sempre foi visto de um
jeito meio marginal por artistas e intelectuais. Algo meio tosco, bruto…popular. Uma pena,
porque temos inúmeros craques da bola e das artes. Felizmente, alguns deles se encontram
e fazem arte. Plínio Marcos talvez seja o mais boleiro dos dramaturgos brasileiros. Sua trajetória
remete à daqueles craques improváveis, garotos que saem de um rincão perdido numa das esquinas
do Brasil e, contra todas as probabilidades, transformam-se em grandes craques.

Pois Plínio Marcos criou-se dramaturgo como muitos jogadores criaram-se craques. Meio na raça,
meio na sorte. Brotou das ruas, dos campos de várzea, da estiva, do circo. Por isso sua arte foi
tachada de marginal por alguns preconceituosos. Era autêntica, popular, surgia do asfalto, da luta
pela sobrevivência, não de salões perfumados ou círculos acadêmicos restritos.

Cronista inspirado do cotidiano, Plínio Marcos completaria 77 anos em 29 de setembro, mas foi vítima
de um derrame cerebral em 29 de novembro de 1999. Além de obras fundamentais do teatro brasileiro, como Barrela, Dois Perdidos Numa Noite Suja e Navalha Na Carne, deixou uma vasta obra como jornalista e cronista. Escreveu – e bem – sobre o futebol, uma de suas paixões, manifestada por um amor sincero e pouco comum pelo simpático Jabaquara, de Santos, o Jabuca.

Uma dessas almas iluminadas que conseguem vislumbrar arte e teatro no futebol, a atriz e produtora Graça Berman assume o desafio de entrar em palco para propor esse jogo. Contou com graça e leveza a história da cidade de São Paulo e dos seus principais times de futebol, em ritmo de samba enredo, na saborosa montagem “Nos Campos de Piratininga”. Agora resolveu arriscar um jogo mais denso e mostrar a aguda percepção social das crônicas e reportagens futebolísticas de Plínio Marcos, aproveitando para homenagear a obra e celebrar a vida do dramaturgo e escritor.

Em “A Bola da Vez: Plínio Marcos”, Graça Berman e sua Cia. Letras em Cena trafegam com entrosamento e competência do drama à comédia, com pitadas de música. O texto usa quase que integralmente trechos de crônicas de Plínio Marcos publicadas em jornais e revistas de grande circulação, misturando personagens reais a criaturas de ficção. Dá vontade de voltar aos textos e a montagens de Plínio Marcos, o que não é pouca coisa.

Como já é tradição nas montagens futebolísticas do grupo, nas sessões das quintas-feiras acontecem debates
após o espetáculo, reunindo atores, jornalistas, técnicos e jogadores de futebol.

DEPOIMENTOS E BATE-PAPOS 

IN MEMORIAM DE: Iberê Bandeira de Mello, Oswaldo Alvarez (Vadão) e Roberto Avallone.

16/08- CLEBER MACHADO, LUIZ GONZAGA BELLUZZO e OSWALDO MENDES

23/08- ESTEVAM SOARES, OSCAR ULISSES e ZÉ ELIAS

30/08- ALBERTO HELENA JUNIOR, A.P.QUARTIM DE MORAES, BASÍLIO e MARÍLIA RUIZ

6/09- CAIO RIBEIRO, CELSO CARDOSO e MIRIAM MEHLER

13/09- ANALY ALVAREZ, LUIZ SERRA, MAURÍCIO NORIEGA e SÉRGIO DOS SANTOS SILVEIRA.

20/09- DUDU e IBERÊ BANDEIRA DE MELLO

27/09- GUSTAVO VILLANI, LAURO CÉSAR MUNIZ e VADÃO

4/10- BENTO MARQUES PRAZERES, MÁRIO BEZERRA DA SILVA, OSVALDO MACIEL e ROBERTO AVALLONE

11/10- ILKA MARIA ZANOTTO, RUBENS MINELLI e TOBIAS

– No Teatro Oficina, depoimento de JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA

A Bola da Vez:
Plínio Marcos

“Eu quero é contar a história da minha gente .

 Essa gente que só pega a pior , só come da banda podre , que mora na beira dos córregos e quase se afoga toda vez que chove. Quero falar dessa gente que só berra da geral sem nunca influir no resultado.” 

– Plínio Marcos 

P

     línio Marcos sempre foi uma pessoa presente nas vidas de alguns artistas da Cia. Letras em Cena, principalmente de Graça Berman, de quem foi amigo por mais de 20 anos. Seu humor, suas paixões e a veemência com que defendia suas ideias pautaram a continuidade de uma convivência, que teve seus encontros e desencontros, mas que nunca perdeu a profundidade do carinho e da admiração que tínhamos por ele.

Plínio escreveu peças marcantes da dramaturgia brasileira

e também era apaixonado por futebol. Enquanto a saúde deixou , jogou muita bola e traduziu essa paixão em dezenas de contos e crônicas, que se encontram espalhados em alguns livros e nos arquivos de vários jornais e revistas. Seu futebol não é apenas o dos grandes craques e dos grandes estádios.

Seu olhar prioriza as histórias da sua gente, que joga uma bola miúda, nos campinhos das quebradas. São brasileiros despossuídos, pobres sonhadores, ternos e briguentos, ferozes e patéticos, desgraçados e engraçados.

Seus textos recuperam pessoas reais de Santos, como o técnico PAPA e o marginal NEGO ORLANDO, e dão vida a personagens marcantes, como AZULÃO , OLAVO , OLEGÁRIO, MANCO e tantos outros. Plínio dizia que estes personagens eram frágeis diante dos duros combates do dia a dia , mas não se rendiam nunca e que ele pensava em colocá-los num palco de teatro. Plínio não chegou a fazer esta peça, mas nós buscamos seguir este caminho.

Em 2008, Graça ganhou uma Bolsa de Dramaturgia da Secretaria de Estado da Cultura, para escrever o texto. Realizou um levantamento de poemas, crônicas e contos de Plínio sobre futebol, junto ao Departamento de Documentação da Editora Abril e aos arquivos pessoais de sua esposa Vera Artaxo e de seu filho Kiko Barros. O texto acabou se tornando uma comédia dramática, que coloca em cena trechos da vida de Plínio e da sua paixão pela bola, através de temas como peneiras, ditadura, censura, rivalidades e futebol de várzea.

Em 2011, a peça ganhou o edital do PROAC- Produção de Espetáculos Inéditos, da Secretaria de Estado da Cultura

e Graça fez sua estreia na direção teatral, tentando se aproximar o máximo possível do olhar, dos gostos pessoais e da sensibilidade de Plínio Marcos. Foi um processo difícil, cheio de altos e baixos, mas vivo e apaixonado, como o mestre que nos guiava.

Ficha técnica

Textos Originais: Plínio Marcos

Dramaturgia e Direção: Graça Berman

Assistente de Direção: Guilherme Motta

Cenários e figurinos: Kleber Montanheiro

Iluminação: Davi de Brito e Vânia Jaconis

Sonoplastia: Raul Teixeira

Preparação Corporal: Augusto Pompeo

Percussão Corporal: Ronaldo dos Santos

Foto do material de divulgação: Ary Brandi

Fotografias: Sérgio Massa

Designer Gráfico: Edu Reyes

Produção Executiva e Administração: Claudete Pontes

Difusão  e Marketing Digital: Maria Alice Machado Gouveia e Joaquim Machado

Técnicos: Eduardo Sares, Pâmola Cidrack e Mário Toledo

Elenco: Ana Arcuri, Fabrício Garelli, Gira de Oliveira, Jota Barros, Ricardo Pettine e Tania Luares.

Apoio de Ensaios e Temporada: Emillie Vieira e Marina Tozzi

Coordenação da Cia. Letras em Cena: Graça Berman

Temporada: de 16/08 a 2/11/2012- Teatro Maria Della Costa, 5ª e 6ª, 21h. A peça se apresentou em Atibaia, Limeira, Dois Córregos, São Sebastião e São José dos Campos.

In Memoriam: Plínio Marcos e Vera Artaxo

Veja algumas cenas da peça

Plínio Marcos bate um bolão – Maurício Noriega

Embora seja uma arte tipicamente brasileira, o futebol quase sempre foi visto de um jeito meio marginal por artistas e intelectuais. Algo meio tosco, bruto…popular. Uma pena, porque temos inúmeros craques da bola e das artes. Felizmente, alguns deles se encontram e fazem arte. Plínio Marcos talvez seja o mais boleiro dos dramaturgos brasileiros. Sua trajetória remete à daqueles craques improváveis, garotos que saem de um rincão perdido numa das esquinas do Brasil e, contra todas as probabilidades, transformam-se em grandes craques.

Pois Plínio Marcos criou-se dramaturgo como muitos jogadores criaram-se craques. Meio na raça, meio na sorte. Brotou das ruas, dos campos de várzea, da estiva, do circo. Por isso sua arte foi tachada de marginal por alguns preconceituosos. Era autêntica, popular, surgia do asfalto, da luta pela sobrevivência, não de salões perfumados ou círculos acadêmicos restritos.

Cronista inspirado do cotidiano, Plínio Marcos completaria 77 anos em 29 de setembro, mas foi vítima de um derrame cerebral em 29 de novembro de 1999. Além de obras fundamentais do teatro brasileiro, como Barrela, Dois Perdidos Numa Noite Suja e Navalha Na Carne, deixou uma vasta obra como jornalista e cronista. Escreveu – e bem – sobre o futebol, uma de suas paixões, manifestada por um amor sincero e pouco comum pelo simpático Jabaquara, de Santos, o Jabuca.

Uma dessas almas iluminadas que conseguem vislumbrar arte e teatro no futebol, a atriz e produtora Graça Berman assume o desafio de entrar em palco para propor esse jogo. Contou com graça e leveza a história da cidade de São Paulo e dos seus principais times de futebol, em ritmo de samba enredo, na saborosa montagem “Nos Campos de Piratininga”. Agora resolveu arriscar um jogo mais denso e mostrar a aguda percepção social das crônicas e reportagens futebolísticas de Plínio Marcos, aproveitando para homenagear a obra e celebrar a vida do dramaturgo e escritor.

Em “A Bola da Vez: Plínio Marcos”, Graça Berman e sua Cia. Letras em Cena trafegam com entrosamento e competência do drama à comédia, com pitadas de música. O texto usa quase que integralmente trechos de crônicas de Plínio Marcos publicadas em jornais e revistas de grande circulação, misturando personagens reais a criaturas de ficção. Dá vontade de voltar aos textos e a montagens de Plínio Marcos, o que não é pouca coisa.

Como já é tradição nas montagens futebolísticas do grupo, nas sessões das quintas-feiras acontecem debates após o espetáculo, reunindo atores, jornalistas, técnicos e jogadores de futebol.

DEPOIMENTOS E BATE-PAPOS 

IN MEMORIAM DE: Iberê Bandeira de Mello, Oswaldo Alvarez (Vadão) e Roberto Avallone.

16/08- CLEBER MACHADO, LUIZ GONZAGA BELLUZZO e OSWALDO MENDES

23/08- ESTEVAM SOARES, OSCAR ULISSES e ZÉ ELIAS

30/08- ALBERTO HELENA JUNIOR, A.P.QUARTIM DE MORAES, BASÍLIO e MARÍLIA RUIZ

6/09- CAIO RIBEIRO, CELSO CARDOSO e MIRIAM MEHLER

13/09- ANALY ALVAREZ, LUIZ SERRA, MAURÍCIO NORIEGA e SÉRGIO DOS SANTOS SILVEIRA.

20/09- DUDU e IBERÊ BANDEIRA DE MELLO

27/09- GUSTAVO VILLANI, LAURO CÉSAR MUNIZ e VADÃO

4/10- BENTO MARQUES PRAZERES, MÁRIO BEZERRA DA SILVA, OSVALDO MACIEL e ROBERTO AVALLONE

11/10- ILKA MARIA ZANOTTO, RUBENS MINELLI e TOBIAS

– No Teatro Oficina, depoimento de JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA